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Hoje, eles. Amanhã, nós.

  • Foto do escritor: Francyla Bousquet
    Francyla Bousquet
  • 16 de mar. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 18 de mar. de 2019



Meus pais hoje têm 83 (pai) e 78 (mãe) anos, e eu estou aqui, acompanhando esse crepúsculo. Essa rotina tem me trazido uma série de reflexões que penso serem úteis para os demais. Não dizem que as crianças não vêm com manual? Pois bem, o cuidado com idosos também não - mas a 'jurisprudência' ajuda muito, ô se ajuda...


Claro que existe um sem número de estudos científicos recomendando ’faça assim, não faça assado’, mas sabemos muito bem que as especificidades de cada um traz essa rotina de cuidados para a esfera do desconhecido – cada pai e mãe reage de um jeito e, saber em tese o que fazer não significa necessariamente que você entenda bem como aplicar o tal conceito.


Depois que fui estimulada (gratidão, Marilda querida) a iniciar esse compartilhamento, fiquei matutando qual o tom eu daria a esses escritos e como iniciaria esse primeiro post. Resolvi que começaria pelo meu entendimento macro a respeito do processo de perda gradativa de autonomia, que acomete a todos os que são brindados pela longevidade. A velhice não surge do nada, não acontece de repente - num belo dia somos nós que acordamos pra ela.


Embora todos saibamos que ela virá – assim esperamos -, nem sempre nos preparamos devidamente para sua chegada. E aqui não estou falando apenas das vitaminas, antioxidantes e exercícios para chegarmos aos 80 com aparência e corpinho de 40 (isso também é importante), mas o preparo de nossa psiquê para voltarmos a ser crianças após experimentarmos anos de vida livre e independente. A ausência dessa consciência pode, por si só, transformar a terceira idade numa experiência extremamente amarga.


Então, para finalizar este primeiro post, deixo a vocês quatro pontos de reflexão:


· Antes que nos dermos conta, alguém estará limpando nossos traseiros – desculpem a franqueza;

· Nossas características (inclusive os defeitos) só se acentuam com o tempo;

· Quais as características que estamos cultivando hoje (valores e fragilidades)?

· Quais as dificuldades que teremos e causaremos no futuro, quando essas tais características, as quais estamos cultivando por toda uma vida, se acentuarem severamente?


Isso é ruminação pra mais de ano. Então, por hoje está bom tamanho.


Abraço apertado. Paz e bem p vcs.

Até semana que vem.


Salve o sábio Arnaldo Antunes!


 
 
 

4 comentarios


nl
14 abr 2019

Fran, sua sensibilidade é incrível! Torna leve algo muito difícil de se enfrentar. Perdi meus pais, cada qual aos seus 70 e tantos anos, em decorrência de doenças que se instalaram e os levaram rapidamente. Tenho um marido 20 anos mais velho do que eu e, por conta disso, aprendi a conviver e me relacionar com pessoas bem mais velhas que eu. E fiz desse grupo, um nicho para prestar serviços. E assim, convivendo com idosos entre 70 e 80 e tal, noto o quanto alguns conseguiram manter vivas as crianças que um dia foram e o quanto outros já nasceram velhis. Nos resta saber conviver e torcer para que a máxima “Deus sabe o que faz” seja mesmo verdade…

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UFF Juju
14 abr 2019

Muito sensível seus posts amiga... Ultimamente tem me acometido a agonia por estar longe dos meus mesmo sabendo que eles não param quietos. Felizmente ainda tem muita energia, mesmo sendo visível a redução com os anos...

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marildarecio
23 mar 2019

Que orgulho da sua iniciativa, querida! Vamos conversar muito sobre esse tema! Vamos nos ajudar!!! Beijinho carinhoso!!!

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gasparpereirah
18 mar 2019

Que maravilha! Parabéns Fran. amei o seu blog e site!!E vou participar! Abraço apertado!!

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